dissertação moema

Título: Representações sociais da violência na juventude goianiense
Autor (a): Moema Gomes  de Faria
Orientador (a): Dalva Borges Souza  

Ano: 2007
Tipo:  Dissertação

Local: Programa de Pós Graduação em Sociologia - FCS/UFG

Resumo: 

Pensar a violência enquanto objeto de estudos da teoria das representações sociais é considerá-la enquanto um sistema de representação simbólica. Sistema de interpretação que o indivíduo toma como referência para se posicionar frente a diferentes aspectos da realidade social. Assim, o trabalho que segue teve como objetivos apreender: em que medida a violência representada influencia o cotidiano dos jovens em termos dos seus padrões de interação. Como essas percepções exercem influência sobre os padrões de avaliação do “outro” e de seu cotidiano. Como os jovens se auto-avaliam e avaliam os outros dentro do seu respectivo padrão de interação. De que modo varia e o que permanece de um grupo para outro a percepção do fenômeno. E que influência as informações que circulam, e as experiência diretas e indiretas atuam sobre seu modo de conceber o fenômeno. Pelos dados coletados no survey observamos que a violência encontra-se entre os maiores temores apontados pelos jovens goianienses de todas as posições sociais, o que parece-nos justificável já que como demonstramos no tópico Representações sociais da violência na juventude goianiense, os índices de vitimização direta e indireta são elevados. Se os jovens da posição média e superior definem a violência através: a violência física, emocional e simbólica. Na posição inferior, a definição dá-se na agressão física, as outras formas são consideradas complementares, mas não definidoras do fenômeno. Para os jovens da posição superior os espaço social é dividido entre periferia e bairros nobres, sendo a periferia o lócus central da violência, o local de onde advém os criminosos, para os jovens das posições média e superior a periferia é uma categoria global e remete a todos os bairros pobres. Na percepção dos jovens da posição inferior, por sua vez a violência mesmo concentrada nos bairros pobres encontra-se difusa por toda a cidade, e sua concentração nas periferias não se deve como para as demais posições a desestrutura familiar, a violência doméstica ou a falta de educação, mas as escolhas individuais, “safadagem”, a dificuldade de acesso a bens de consumo, as drogas, além destas, o desemprego, e a violência policial, aspectos que somados a falta de perspectivas em relação ao futuro, tornam-se um grande apelo a prática de atividades ilícitas. A homogeneidade desse discurso nos diz que antes de pensar no cotidiano desses lugares, os jovens recorrem para construírem sua visão a um sistema de interpretação da realidade já constituído, ou seja, a representação social já existente para explicar o fenômeno da violência urbana. O que foi observado quando forçamos uma mudança no núcleo central da representação, questionando por que pessoas ricas cometem crimes, encontramos grande perplexidade por parte dos jovens, observamos assim, uma tendência geral a tratar tais fatos como fora da realidade comum.

Palavras-chave:

Representações sociais, violência, juventude, segregação social.

 

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