Territorialidades e dinâmicas de comercialização: compreendendo alguns aspectos do mercado ilegal das drogas na Grande Goiânia

Título: Territorialidades e dinâmicas de comercialização: compreendendo alguns aspectos do mercado ilegal das drogas na Grande Goiânia
Autora: Guilherme Borges da Silva
Ano: 2015
In: Artigo apresentado no XVII Congresso Brasileiro de Sociologia, Porto Alegre (RS)
Resumo:
A proposta de trabalho visa apresentar alguns resultados da dissertação “Sujeitos do 33: um estudo sobre o mercado ilegal das drogas e homicídios na Grande Goiânia”. Alguns dos principais achados mostram a existência de quatro dinâmicas especificas de comercialização em que o mercado ilegal das drogas na Grande Goiânia se constituiu. O primeiro deles, produtor-fornecedor, é por onde se inicia a dinâmica de comercialização das drogas e que, de acordo a distribuição, ganha outros arranjos. Assim, como segundo arranjo, o tráfico organizado segue uma dinâmica hierárquica, com distribuição de funções especificas de acordo com a venda da força de trabalho e com características corporativas de relações comerciais. O tráfico associado, por sua vez, configura relações entre o patrão-da-boca e os aviõazinhos as quais, mesmo comportando certo grau de mando e submissão, não possuem caráter empregatício e se dão em formas mais autônomas e pouco obrigatórias, cimentadas principalmente por acordos comerciais estabelecidos em torno da fidelidade da compra e venda das drogas. A quarta e última dinâmica, o tráfico atomizado, acontece por meio de relações horizontais que se dão nas redes sociais dos indivíduos e não caracteriza obrigação ou submissão com o fornecedor. Constatou-se, também, que o processo de territorialização por qual passam essas dinâmicas de comercialização estabelece conflitos que se dão mais pelo controle comercial do que pela tentativa do domínio físico de espaços na cidade, até mesmo pelo próprio movimento desse mercado ilícito que se distribui de maneira uniforme por quase toda a Grande Goiânia.
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