Desaparecidos civis: transformando os desaparecimentos de pessoas em um problema de segurança pública
Informações: OLIVEIRA, D. D. . Desaparecidos civis: transformando os desaparecimentos de pessoas em um problema de segurança pública. In: Paulo Sérgio Pinheiro; Regina Pahim Pinto. (Org.). Acesso aos direitos sociais: Infância, Saúde, Educação, Trabalho. 1ed.São Paulo: Editora Contexto, 2010, v. 1, p. 45-62.
Resumo: O livro, organizado por Paulo Sérgio Pinheiro e Regina Pahim Pinto, apresenta 11 capítulos, sendo que o primeiro, de Fúlvia Rosemberg, versa sobre o histórico do Programa Internacional de Bolsas de Pós-graduação da Fundação Ford (IFP), no Brasil. Os dez capítulos subseqüentes são artigos elaborados a partir das teses e dissertações de bolsistas selecionados pelo Programa IFP e que concluíram a defesa com aprovação. Os temas se subdividem em quatro grandes campos: infância, saúde, educação e trabalho. A articulação entre eles se dá pela perspectiva de discutirem, em especial, o acesso aos chamados direitos sociais e ao questionamento das práticas de políticas públicas no Brasil. O primeiro capítulo “Cotidiano, trajetórias e sobrevivência de crianças e adolescentes em situação de rua” de Fábio Santos de Andrade tem como cenário o município de Vitória da Conquista (BA). O autor buscou compreender o papel desempenhado pelos programas governamentais destinados às crianças e adolescentes em situação de rua. O estudo demonstrou, contudo, que tais programas apenas procuram administrar a pobreza sem, no entanto, modificar as condições sociais de produção e reprodução do fenômeno. O segundo capítulo “Desaparecidos civis: transformando os desaparecimentos de pessoas em um problema de segurança pública”, Dijaci David de Oliveira analisa o fenômeno dos desaparecimentos de pessoas e sua relação com a família, geração e gênero. O autor conclui que o fenômeno possui um forte viés de gênero além de que falta uma política consistente de apoio aos familiares de pessoas desaparecidas, sobretudo, no campo da prevenção, busca e retorno. O terceiro capítulo “Infância e imigração no contexto escolar português” de Maria Zenaide Alves, discute a situação de crianças brasileiras no contexto escolar português. O trabalho de pesquisa revelou que as crianças brasileiras utilizam de diferentes estratégias para constituir uma rede de sociabilidade dentro da escola. O quarto capítulo, já no campo da saúde, “Cogestão: cidadania, relações interpessoais e o acesso à saúde”, de Roseli Gonçalves da Silva, estuda o entendimento sobre a cogestão e no acesso aos serviços de saúde. A autora aponta para o potencial de mudança nas mãos dos cidadãos, mas também para os limites da relação cidadão-Estado. O quinto capítulo, de Pedro Paulo Freire Piani, intitulado “Integralidade das práticas em saúde: experiência da comunidade de Mangueiras na Ilha de Marajó (PA) e o Sistema Único de Saúde”, aborda sobre as práticas integrativas de saúde. O autor tenta dar visibilidade a práticas que priorizam o usuário em sua demanda de atenção integral. Destaca, todavia a necessidade de ampliação do diálogo entre as práticas populares e o SUS. O sexto capítulo, de Cristiano Guedes e o sétimo, de Eulange de Souza, abordam sobre a temática da anemia falciforme. Guedes procura descrever e analisar a prática do aconselhamento genético. O autor faz isso realizando uma etnografia da cena do aconselhamento. O autor destaca que o aconselhamento coletivo apresenta alguns desafios, entre eles, a preservação da identidade genética das pessoas. Já Souza estuda o cotidiano de crianças atendida pelo Hospital das Clínicas da UFG (GO). Ela destaca que as crianças com anemia falciforme enfrentam um forte processo de exclusão nos espaços sociais que freqüentam. O oitavo capítulo, no campo da educação, Francisco Domingos dos Santos apresenta uma artigo intitulado “A formação de educadores sociais como estratégia para a promoção da inclusão social por meio da inclusão digital”. O autor a formação oferecida pela Fundação Banco do Brasil em seus cursos de formação de educadores. Santos destaca precariedade do conceito de inclusão digital a das concepções de acesso às tecnologias digitais. O nono capítulo, “A política de educação de jovens e adultos em regimes de privação da liberdade no estado de São Paulo” de Fábio Aparecido Moreira analisa sobre a educação penal a partir da década de 1980. O autor demonstra a precariedade da qualidade da educação de jovens e adultos e aponta algumas saídas para o problema, entre elas, a melhoria do diálogo entre as ciências jurídicas e as ciências humanas. O último capítulo, de Jorge Luis Ribeiro dos Santos, discute sobre o trabalho escravo. No trabalho intitulado “Senzalas das florestas: trajetórias e continuidades do trabalho escravo no Sudeste do Pará” Santos aponta como a expansão da economia extrativista no Pará se faz por meio de relações laborais indignas e violentas. |